Informação ou desinformação?

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“Você é o que você come” – Disse um nutricionista de 1930. Pena que ele esqueceu de explicar que informaçãotambém é comida. E como escolhemos o que iremos comer?

Se somos minimamente conscientes, provavelmente escolheremos pela qualidade dos ingredientes (quanto menos ingredientes nocivos e mais ingredientes saudáveis, melhor).
Também sabemos que alimentos saudáveis são caros e difíceis de encontrar. Caros porque exigem mais trabalho e estragam mais rápido, difíceis de se encontrar porque a demanda é pequena (apesar de todos dizerem que os alimentos saudáveis são os melhores, poucos estão interessados verdadeiramente neles).

Mas de onde vêm as informações que tomamos como informes da realidade? Provavelmente de lugares como a banca de jornal, televisão e sites de grandes jornais (em alguns casos mais graves, da opinião de celebridades).
A premissa da indústria da informação é a mesma da indústria alimentícia: se encontramos e consumimos sem precisar de preparo prévio, provavelmente é “Junkfood”.

Quem nasceu primeiro: O problema do leitor ou o problema do jornal?

Quantos de nós consegue se lembrar da última vez em que leu uma notícia e precisou refletir por algum tempo para chegar a uma conclusão? Ou ainda melhor: Sentir a necessidade de se aprofundar, ampliar a área de informação para entender o quadro inteiro?

Normalmente lemos ou assistimos o que cair no nosso colo. Principalmente se a chamada for assustadora, daquele tipo de arrepiar os cabelos. Isso significa uma matéria altamente emocional cujo a utilidade não vai além de comover e chamar a atenção.

Apesar dos jornais conseguirem o interesse de muitos, o dinheiro vem de poucos. A maioria de nós não paga para se informar, nós tentamos saber de pessoas que leram os jornais (os famosos formadores de opinião), ou simplesmente lemos os títulos, o primeiro parágrafo gratuito nos sites.

A mina de ouro dos jornais

Quando os jornais conseguem atrair o interesse de muitos, eles tornam-se centralizadores de “informação” que será espalhada para a população. Isso poderia ser apenas um troféu, um motivo de orgulho. Mas tornou-se um rentável produto: Espaço para publicidade, principalmente a publicidade política.

Num país como o Brasil, essa é a ideia mais lucrativa e segura que um jornal pode fazer. Quantos jornalistas comprometidos conhecemos que trabalharam para grandes jornais? (talvez dois ou três nomes nos venham a mente) Quantos deles tiveram a sorte de morrer de velhice? (provavelmente nos calamos atônitos nessa pergunta).
Para que arriscar a própria vida informando a população, ganhando algum dinheiro, quando se pode trabalhar, em segurança, para os donos do país e ganhar uma verdadeira fortuna?
Um jornal precisaria ser comandado por um santo para que se transformasse verdadeiramente num veículo informativo.

Mas como achar a pílula da informação num mundo vendido?

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  • Tenha sua balança interna
    Apenas informações de acontecimentos não é suficiente, temos de pesar as informações dadas e pra isso precisamos de conceitos bem fundamentados. Eis algumas matérias-primas para construir sua balança interna:
    Justice (curso ministrado em Harvard sobre o conceito de justiça)
    A república (Considerada a maior obra da filosofia de todos os tempos, este livro contém um profundo estudo sobre a justiça e o bem, feitas por Platão)
    O discurso do método (Descartes nos ensina a ter um olhar criterioso e cuidadoso em relação a nossa vida e a sociedade que nos cerca).
    1984 (Apesar de ser uma obra de ficção, George Orwell desperta nosso olhar crítico às instituições que ditam dogmaticamente como devemos viver e aponta perigos extremamente atuais, como o descarte ou a alteração de informações publicadas pelos grandes jornais. Assunto já denunciado tantas vezes pelo wikileaks).
  • Procure comprar as notícias entre grandes jornais e o jornalismo independente
  • Não se apegue a figuras políticas ou partidos. Apegue-se em descobrir a verdade e tenha sempre em mente que a desinformação é o produto mais vendido atualmente.